O INSS, os idosos e o dia a dia de quem confia na aposentadoria

ECONOMIA

Eunice Torres Nascimento

10/23/20251 min read

Confesso que, ao longo dos anos, observo o INSS com gratidão pelo que representa mas também com crescente inquietação. Ele é minha segurança e a de muitos que já trabalharam por décadas. Mas a vida inteira de contribuição parece, por vezes, perder parte do sentido quando vejo prazos descumpridos, descontos estranhos e incertezas que INSS está dando a muitos brasileiros.

Hoje sei que 76% dos benefícios pagos pelo INSS vão para pessoas com 60 anos ou mais, são 31,5 milhões de pagamentos somente nesse grupo. Sei também que vivemos um momento em que o sistema tenta reparar injustiças: mais de 1,6 milhão de aposentados e pensionistas já foram ressarcidos por descontos indevidos, somando cerca de R$ 1,084 bilhão devolvidos. E que, no total, mais de 2,4 milhões de beneficiários já aderiram ao acordo para reaver valores indevidamente cobrados.

Percebo o peso da demora: quando solicito um benefício, quando aguardo a perícia, ou quando olho para notícias de prazos médios que ficam entre 38 a 45 dias isso quando não se estende, sei que cada dia conta para quem depende desse sustento. O INSS anunciou que vai ressarcir todos os casos de descontos indevidos até 31 de dezembro de 2025.

Sinto que é uma luta antiga. Lutamos décadas por essa garantia social. Mas parece que, nas últimas temporadas, essa garantia se tornou frágil, sujeita a atrasos, a erros estruturais, a injustiças que demandam ação. A aposentadoria deveria ser o alívio, não uma angústia. Ver dados como esses acima me dão esperança de que algo está se ajustando. Mas também me recordam que é preciso atenção, vigília, cidadania.