25 de novembro: Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher
DIREITOS DAS MULHERES
Eunice Torres Nascimento
11/25/20252 min read


No dia 25 de novembro, celebramos (e reivindicamos) algo urgente e essencial: a eliminação da violência contra a mulher. Essa data não surgiu por acaso, carrega a memória de mulheres corajosas, sofrimento, lutas e, sobretudo, um chamado coletivo para agir.
A origem da data remonta às irmãs Mirabal, Patria, Minerva e María Teresa, conhecidas como “Las Mariposas” (“as borboletas”), ativistas políticas na República Dominicana. Em 25 de novembro de 1960, elas foram brutalmente assassinadas a mando do ditador Rafael Trujillo, como resposta à sua coragem de resistir ao autoritarismo.
Décadas depois, em 1981, durante o Primeiro Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe, essa data passou a ser usada para denunciar a violência de gênero. Então, em 1999, a Assembleia Geral da ONU oficializou o 25 de novembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, incentivando governos, ONGs e cidadãos a desenvolver ações para conscientizar e prevenir esse tipo de violência.
Hoje, a data também abre a campanha dos 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero, que vai de 25 de novembro até 10 de dezembro (Dia dos Direitos Humanos), reforçando que a violência contra as mulheres é, antes de tudo, uma violação de direitos humanos.
Um panorama preocupante: os números da violência
Os dados revelam a gravidade dessa realidade. Segundo a ONU, aproximadamente 736 milhões de mulheres em todo o mundo já relataram ter sofrido violência física ou sexual ao longo da vida. Um informe recente aponta que, a cada 10 minutos, uma mulher é assassinada por parceiro ou familiar, o lar em muitos casos sendo o lugar mais perigoso para elas.
No Brasil, a situação também continua alarmante. Segundo reportagens recentes, milhões de mulheres convivem com algum tipo de violência à sua porta, seja física, psicológica, patrimonial ou sexual. Alguns estudos revelam que grande parte dessas violências não é denunciada, por medo, vergonha ou dependência emocional ou econômica.
Além disso, uma triste estatística: na última década, mais de 11,8 mil mulheres foram assassinadas no Brasil por feminicídio, segundo dados do Ministério da Justiça.
Por que é tão importante falar sobre isso hoje?
Este dia é mais do que simbólico: é um alerta para a urgência da mudança. Falar sobre violência contra a mulher não é apenas lamentar o que já aconteceu, é construir caminhos para que o horror não se repita. É exigir políticas públicas eficazes, rede de proteção, acolhimento, justiça e educação.
Quando damos visibilidade a essa causa, fortalecemos a solidariedade entre mulheres, inspiramos homens a questionar atitudes machistas, incentivamos comunidades a apoiar vítimas, e chamamos o poder público para responder com ação concreta.
A data nos lembra que todas as mulheres merecem viver com segurança, respeito e dignidade, e que a eliminação da violência contra a mulher é uma batalha coletiva, que exige voz, presença e compromisso de cada um de nós.